Mais de 1/3 dos jornalistas brasileiros (34,9%) trabalham fora da mídia, contemplando as atividades de assessoria de imprensa ou comunicação, produtoras de conteúdo para mídias digitais ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico. Desse universo, 43,4% declara que sua atividade principal é realizada em assessorias de imprensa.
Os dados são da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro 2021, realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com diversas entidades, entre elas a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).
Os números revelam a importância do debate sobre a atualização da regulamentação profissional dos jornalistas para inclusão da função de assessor de imprensa. Esse será tema de um dos painéis do 22º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI), que acontece em Salvador/BA, no hotel Sol Victória Marina, de 16 a 19 de novembro.
“Decorridos mais de 40 anos desde a última atualização da Regulamentação Profissional, o
60 Decreto nº 83.284 – em que pese os avanços que o mesmo proporcionou – precisa ser atualizado para atender as necessidades do novo contexto da profissão de jornalista, especialmente em decorrências das mudanças tecnológicas, sociais, econômicas e culturais e também para fazer o enfrentamento à precarização e à retirada de direitos”, afirma a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, que participará do painel, juntamente com o advogado Victor Gurgel.
“A ausência da atividade de Assessoria de Imprensa da regulamentação favorece a retirada de direitos, a precarização, os conflitos e as divergências com outras categorias da comunicação”, acrescenta o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, que também é primeiro secretário da FENAJ.